Manhã fria... Estava lendo o jornal local e pensando na situação na qual se encontram famílias, não só do meu estado, como de todo o país que estão sofrendo os reveses da vida, hoje, representados pelos fenômenos naturais e sociais. Pessoas estão sem ter um local para morar devido às chuvas/enchentes... Mas, será que o problema é climático mesmo ou será que é de cunho político?
Num sentido político eleitoreiro, poderíamos dizer que o político eleito por um contingente da população é responsável por este e, ainda mais, se usarmos a frase célebre de Antoine de Saint-Exupéry que, na obra O Pequeno Príncipe, em uma das partes mais bonitas de seu diálogo com a Raposa diz:
“_ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
_ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... _repetiu ele, para não se esquecer.
_ Os homens esqueceram essa verdade _ disse ainda a raposa. _ Mas tu não a deves esquecer. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Mas, o que tem esta citação do autor a ver com a situação das enchentes, dos políticos, dos votos? Eu não vou dar a resposta agora, fica pra você refletir e fazer a relação.
A vida é um eterno devir... "Navegar é preciso; viver não é preciso"...
Tempo, tempo, tempo, tempo...
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 22 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
José - Carlos Drummond de Andrade
E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? e agora, você? você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? e agora, José? Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode, a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu e tudo mofou, e agora, José? E agora, José? Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum, sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro, sua incoerência, seu ódio – e agora? Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta; quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas, Minas não há mais. José, e agora? Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Mas você não morre, você é duro, José! Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde? | |
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