Tempo, tempo, tempo, tempo...

terça-feira, 26 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Polêmica cultural na Paraíba

 Forró de hoje e/ou forró de raiz... eis a questão!



Chico César

Biliu de Campina

Deu no Jornal da Paraíba...

PLÁSTICO E CENSURA

Por Marcos Tavares

Pouca gente sabe, mas existe uma lei estadual que obriga os gestores a contratarem preferencialmente artistas paraibanos para os eventos patrocinados com verba pública. Isso seria o bastante para isentar o secretário de Cultura Chico César de qualquer tentativa de censura e cerceamento da arte ao declarar que o Estado não bancaria as bandas de forró chamadas de “plastificadas” que proliferaram pelo país como uma peste levando música da pior qualidade embalada por dançarinos e cantores medíocres.
Diz-se que César é de difícil trato e até avesso a diálogo. Não sei, pois não conheço esse cidadão além dos discos, mas sei bem que entre os requisitos para se cuidar bem da cultura na Paraíba não está a simpatia.Não podemos admitir que nosso suado dinheirinho vá custear essas bandas vindas do Ceará que fazem um forró eletrônico e descaracterizado, autênticos caça-níqueis que se aproveitam do gosto duvidoso da massa para lotarem estádios e clubes com suas canções melosas ou de fundo  dúbio.
É verdade que o Estado não pode ditar o tipo de arte que se deve fazer ou não, mas o Estado pode escolher o que comprar ou não com nosso rico dinheiro e nesse caso acho muito acertada a atitude de prestigiar os músicos da terra, os que fazem a verdadeira música de raiz já tão sufocada nos rádios e televisões em detrimento das “Calcinhas Pretas” e dos “Forrós da Xêta” que simplesmente pelo nome já mostram que tipo de arte eles trazem.
O mundo desabou sobre Chico César, porque ele teve a coragem de expor seu ponto de vista como artista e como gestor da coisa pública.Poderia ter sido mais fácil se ele tomasse essa decisão isolado num gabinete, mas ele fez questão de dividir com o povo sua opinião, o povo que em última instância paga essas promoções. Se o povo quer a arte ruim, se emociona com Xitãozinho e seus afins, que compre seus discos, porque não cabe ao Estado bancar esse tipo de programa.

Fonte: http://jornaldaparaiba.globo.com/coluna.php?id=9624

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Escola Técnica Redentorista. Será o fim de um sonho?

 Hoje ao ler o jornal me deparei com uma notícia que me deixou muito triste. Conforme matéria veiculada pelo Jornal da Paraíba a Escola Técnica Redentorista (ETER) aqui de Campina Grande, que realiza a anos um trabalho importante na área da educação técnica, está passando por dificuldades que podem levá-la ao fechamento. O que será que está acontecendo? Sabemos que hoje há uma valorização de mão de obra qualificada, técnica e que o mercado sempre absorveu bem os jovens concluintes da ETER. Sabemos que e escola Redentorista cumpre o seu papel e que há demandas sempre a procura dos cursos oferecidos por esta instituição. Mas, o que é possível fazer?

Acredito que todos/as profissionais hoje inseridos no mercado e, em específico, aqueles/as que atuam na área da gestão, do marketing empresarial, devem estar atentos e adotarem posturas proativas, pois a dinâmica que vivemos na atualidade requer profissionais mais inquietos e voltados à solução dos problemas próprios de cada empresa.

Por favor, sociedade campinense, gestão pública municipal, estadual, empresários, enfim todos/as que acreditam que não é o fim das atividades desenvolvidas pela ETER, esta é a hora da tomada de atitude!!!!

Campina precisa ganhar, somar e não perder aquilo que já temos como orgulho da cidade. Não deixemos que o sonho de Pe. Pitiá termine; continuemos sonhando com ele, pois como já diz aquela frase célebre:

"Sonho que se sonha só, é só um sonho,

mas sonho que se sonha junto é realidade..." 

Segue abaixo a matéria do Jornal da Paraíba.

Redentorista ameaça fechar as portas por dificuldade financeira

Por: João Paulo Medeiros

Criada em 1975, a Escola Técnica Redentorista (ETER) é um dos orgulhos de Campina Grande, cidade reconhecida como polo de Ciência e Tecnologia. Referência no país por promover a formação de milhares de jovens e contribuir com o desenvolvimento da Paraíba, a instituição, que tem 35 anos de história e mais de seis mil alunos formados, pode fechar as portas devido as dificuldades financeiras e falta de parcerias.
Segundo João Paulo Freire, chefe do Departamento de Convênios e Parcerias da ETER, para a manutenção da escola são necessários cerca de R$ 170 mil por mês, mas os recursos referentes a pagamentos de mensalidades e parcerias com instituições privadas só chegam a R$ 40 mil mensais. O restante, conforme João Paulo, é complementado através de uma parceria entre a entidade e o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza no Estado da Paraíba (Funcep), além de atividades realizadas pela instituição e a locação das dependências do educandário. “Na situação em que estamos não vai dar para continuar por muito tempo. Só a nossa folha de pagamento é de cerca de R$ 100 mil por mês”, observou.
Na ETER, atualmente, estão matriculados cerca de 800 estudantes, nos cursos técnicos de eletrônica, informática, técnica em equipamentos biomédicos, enfermagem, guia de turismo, telecomunicação, logística, segurança no trabalho e reabilitação de dependentes químicos. Do montante de alunos, 98% possuem bolsas parciais ou integrais, como forma de incentivo.
Quem já passou pela escola destaca a importância dela para a formação profissional. O empresário de Campina Grande Ruan Pinheiro, proprietário de uma empresa de segurança reconhecida em toda a Paraíba, começou a vida acadêmica cursando telecomunicação na escola, entre os anos de 1993 e 1995. “Sem dúvida alguma a escola tem uma importância fundamental para todos nós. Todo o meu aprendizado e aquilo que tenho hoje iniciou-se na escola, com a formação técnica. Depois que passei por lá prossegui para fazer estágios e iniciar minha vida profissional”, relembrou o empresário, que desenvolveu uma tecnologia que fez sucesso em todo o país, as tornozeleiras eletrônicas para presos de regime semiaberto.
Wagner Welesy, 23 anos, está há dois anos em Parauapebas, no Pará, e se emocionou ao saber do possível fechamento da instituição. “Logo que terminei meu curso fui contratado por essa empresa em Parauapebas, assim como eu, têm vários ex-estudantes da escola aqui, não consigo imaginar o fechamento do Redentorista, ela oportuniza jovens de classe baixa como eu a ser alguém na vida, hoje, por exemplo, já comprei casa para meus pais e tenho uma boa renda. Alguém tem de fazer algo”, apela.
A Escola Técnica Redentorista foi criada em 1975 pelo padre Edelzino de Araújo Pitiá. Desde o surgimento, a escola é administrada pela Igreja Católica e tem como lema “Educar é Libertar”. No dia 24 de novembro de 1998, o decreto n.° 89.057 do governo federal considerou a unidade como de utilidade pública, por promover a formação de milhares de jovens e contribuir com o desenvolvimento da Paraíba.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Violência em Campina Grande

Desde que soube da morte de Daniel eu senti vontade de postar algo sobre o fato, mas não consegui fazer uma ponte entre o jovem que residia no bairro no qual eu trabalho e este espaço no qual as informações, fatos que eu costumo publicar sempre parecem e estão distantes por menor que seja a distância...

Continuo sem palavras para falar sobre o assunto, mas gostaria de deixar aqui este registro e expressar o meu desejo de viver numa sociedade mais tranquila e onde a violência não seja algo tão banalizado e contínuo como vem se perpetuando. 

Sendo assim, mais um caso de violência é registrado em Campina Grande. A matéria abaixo foi publicada no R7.

Publicado em 20/04/2011 às 11h37:

Polícia identifica e prende terceiro suspeito de matar travesti em Campina Grande

O motivo do crime seria um roubo de R$ 800 durante o agenciamento de um programa
Do R7

O terceiro suspeito de envolvimento na morte do travesti em Campina Grande, na Paraíba, foi identificado e apreendido pela polícia na terça-feira (19). Ele se apresentou espontaneamente. Segundo a polícia, o homem, de 25 anos, dirigiu o veículo durante o crime.

A delegada que investiga o caso disse que viaturas estiveram na casa do suspeito, mas, como não o encontraram, uma intimação foi deixada com familiares. O homem está na Central de Polícia em Campina Grande à disposição da Justiça.

Dos quatro suspeitos, a polícia identificou três, um comerciante, de 42 anos, e o irmão dele, de 17 anos. Na terça-feira (19), o terceiro homem, de 25 anos, foi preso. O quarto suspeito continua sendo procurado.

Durante depoimento, o comerciante e o adolescente confessaram o assassinato. Segundo a polícia, foi o menor de idade quem planejou o crime, cinco dias antes. O motivo seria um roubo de R$ 800 durante o agenciamento de um programa.

O assassinato
O crime aconteceu na madrugada da última sexta-feira (15). Câmeras de monitoramento da Superintendência de Trânsito da cidade registraram o momento em que um veículo preto se aproxima do local onde estava o travesti. Quatro ocupantes descem do carro e dois desferem mais de 30 facadas contra ele após agredi-lo com chutes.

O veículo foi localizado em uma casa no bairro de Catingueira após a verificação das imagens, apuração de denúncias anônimas e depoimentos de familiares. No domingo (17), foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão no imóvel. Além do carro, foi apreendida uma das facas usadas no crime e uma espingarda. O dono da casa foi preso.

No local estavam também dois irmãos do suspeito. Um deles, de 17 anos, confessou ter articulado o crime por motivo de vingança e negou o envolvimento do irmão. Fonte:
http://noticias.r7.com/cidades/noticias/policia-indentifica-e-prende-terceiro-suspeito-de-matar-travesti-na-pb-20110420.html
 O vídeo abaixo está no youtube...

sábado, 9 de abril de 2011

Rubem Alves

Recomendo a todos/as que leiam Um céu numa flor silvestre: a beleza em todas as coisas do pedagogo, poeta e filósofo etc, etc, etc, RUBEM ALVES. 
Ganhei o livro de uma amiga (saudosa Jô) em 2005, mas somente agora estou começando a leitura... é interessante como o autor desvenda o Belo em coisas simples transformando-as em achados impressionantes... e assim...

"Ver um Mundo num Grão de Areia
  E um Céu numa Flor silvestre,
  Ter o Infinito na palma da sua mão
  E a Eternidade numa hora."   (William Blake)



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Doença do laptop denominada “laptoptite”

Aumentam casos de lesão por uso de notebook

Por: JULLIANE SILVEIRA

O uso prolongado dos notebooks tem aumentado os casos de dores e lesões em ligamentos e articulações. O formato do aparelho dificulta uma boa postura durante a digitação e pode causar problemas nos ombros, cotovelos, punhos e na coluna, além de dor de cabeça.
Preocupado com a popularização dos PCs portáteis entre estudantes norte-americanos, o especialista em reabilitação Kevin Carneiro, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), cunhou o termo “laptoptite’’ - em analogia a doenças como a tendinite - para designar os problemas causados pelo aparelho. “A diferença para os desktops é que, no notebook, o monitor e o teclado estão conectados, o que dificulta o posicionamento do corpo’’, disse Carneiro.
No Brasil, a tendência é a mesma. Em 2010, as vendas de notebooks superaram pela primeira vez as de desktops - foram vendidos mais de 7 milhões de computadores portáteis, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.  A preferência pelos laptops é impulsionada pela queda nos preços e a facilidade no transporte. Os efeitos já são vistos nas clínicas.
“Recebo muitos pacientes com dores. A maioria dos problemas é de postura. A pessoa deita na cama e quer resolver tudo no laptop: não dá para ficar sem dor’’, diz Paulo Randal Pires, presidente do Comitê de Mão da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia).
A professora universitária Patrícia Alfredo, 29, já sente o ônus da mudança. Trocou o desktop pelo notebook há seis meses e já convive com dor no pescoço, cotovelo e na cabeça e tensão nos ombros. 
“Uso a mesma mesa do desktop e adquiri um suporte. Mas, por mais que eu tente posicionar o computador direito, meu braço nunca fica totalmente correto.’’ Mesmo assim, ela continua usando o notebook. “A tentação é grande, é muito fácil e carrego para todo lado.’’
MENOS TEMPO
Um estudo publicado em fevereiro na revista “Ergonomics’’ por pesquisadores da Boston University Sargent College, nos EUA, mostrou que usar o notebook por mais de quatro horas por dia já traz riscos de dores e lesões.  “O ideal seria usar esse tipo de computador só para emergências e viagens’’, diz Raquel Casarotto, professora de fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP.
A pesquisa também avaliou o impacto do uso de cadeiras adequadas, suporte e teclado sem fio na redução de dores de 88 universitários durante três meses. O grupo que usou os acessórios apresentou menos problemas.
Como o monitor do notebook é fixo, não dá para deixá-lo na altura ideal sem a ajuda dos acessórios. No improviso, o usuário força o pescoço para baixo, tensionando ombros e coluna.  Os punhos também ficam mais tensos, porque é mais difícil apoiá-los no laptop. A posição errada altera a circulação sanguínea e afeta a nutrição dos tecidos, o que pode causar inflamações.
O ideal é acoplar um teclado ao aparelho, para melhorar a posição das mãos, e usar um suporte para elevar a tela à altura dos olhos.
A altura das teclas deve permitir que os ombros fiquem relaxados - por isso, o notebook não deve ser usado no colo, na cama ou em mesas altas, como as de jantar.
Quanto menor o aparelho, maiores são os riscos. Teclas pequenas obrigam o usuário a adotar uma postura restrita, comprimindo músculos e gerando tensão em todo o corpo. “Um amigo se encantou com um notebook superpequeno, do Japão. Em três semanas de uso, desenvolveu uma inflamação dos tendões do cotovelo’’, diz Casarotto.
Atenção também aos tablets, que devem ficar apoiados em mesas. Segurá-los causa dores nos punhos e nos dedos. Mesmo na mesa, o pescoço fica curvado para baixo, piorando a postura. (Da Folhapress)

Legislação

Portadores de câncer desconhecem direitos que são garantidos por lei

Por: camila alves

Os portadores de câncer podem usufruir de uma série de direitos como aposentadoria por invalidez, liberação do Fundo de Garantia (FGTS), quitação da casa própria, auxílio-doença, entre outros benefícios. Todos esses direitos são garantindos por lei e, entre os requisitos, é necessário que o paciente apresente laudos médicos comprobatórios da extensão da doença. Contudo, a grande maioria das pessoas acometidas de neoplasias malignas não conhece a legislação e perdem de obter os  benefícios.
É o caso do aposentado José Gerôncio Neto, 72 anos, que há cinco anos se trata de um câncer e nunca tomou conhecimento, por exemplo, que poderia pedir isenção do Imposto de Renda (IR). O benefício é concedido  aos pacientes que têm rendimento de aposentadoria, reforma ou pensão. A esposa de José,  Marluce Gerôncio, 62, conta que desde que foi descoberto o diagnóstico do câncer, a família despende muito dinheiro com exames que não são disponibilizados rapidamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“É tudo particular, porque a doença dele é urgente e no SUS é tudo muito demorado. São exames caros, que custam de R$ 800 a mil reais”, detalhou Marluce, acrescentando que mesmo com todos os gastos, o marido continua pagando anualmente o Imposto de Renda (IR) sobre a aposentadoria. Marluce revela que até recebeu uma cartilha informativa do hospital onde o marido se trata, mas não entendeu como proceder para solicitar o direito.
Pensando justamente em esclarecer esses pacientes, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) elaborou um manual, disponível no site da instituição (www.inca.gov.br), com todas as orientações com relação aos benefícios e como requerê-los. No caso do IR, a cartilha orienta que o paciente deve  procurar o órgão que paga a aposentadoria (Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, Prefeitura, Estado) munido de requerimento e a doença será comprovada por meio de laudo pericial, que é emitido por serviço médico oficial de algum órgão público.
Ainda é direito do trabalhador portador do câncer, ou que tenha dependente portador da neoplasia, realizar o saque do FGTS e do valor total do PIS (Programa de Integração Social) – na Caixa Econômica Federal. Conforme a cartilha do Inca, persistindo os sintomas da doença, o Fundo de Garantia pode ser retirado enquanto houver saldo e sempre que forem apresentados os documentos necessários.
Quando o paciente fica temporariamente incapaz para o trabalho e comprova a dificuldade, ele também pode solicitar o auxílio-doença, benefício mensal a que tem direito o empregado inscrito no INSS. A orientação do Inca é que o portador de câncer que se encaixa nesse quadro procure o posto da Previdência Social mais próximo de casa, munido de Carteira de Trabalho e documento que comprove a contribuição previdenciária, e marque o exame pericial – que é feito no órgão.
O carpinteiro Antônio Benedito, 52, foi um dos cidadãos que conseguiram esse benefício. Ele foi acometido há cerca de dois anos de um câncer nos ossos, que o deixou incapacitado para o trabalho. Ele conta que “em junho do ano passado, apresentei o laudo médico ao INSS e consegui minha aposentadoria”. De acordo com o Inca, a aposentadoria por invalidez é concedida ao paciente de câncer que tenha a incapacidade  para o trabalho considerada definitiva pela perícia médica do INSS.
Os direitos do portador de câncer também se estendem à sua condição de consumidor, quando da compra de um veículo ou quitação de imóvel, dependendo da extensão da doença. Conforme o Inca, o paciente que possui deficiência física nos membros superiores ou inferiores, que o impeça de dirigir veículos comuns, é isento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na aquisição do carro adaptado.
Já o paciente com invalidez total ou permanente, causada por acidente ou doença, possui direito à quitação do imóvel financiado. O Inca informa que para usufruir do benefício a pessoa deve estar inapta para o trabalho e a doença deve ter sido adquirida após a assinatura do contrato de compra. O pagamento da ‘dívida’ é obtido através de um seguro pago junto com as parcelas do financiamento, do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Todos os detalhes de como conseguir cada um desses benefícios podem ser consultados no site do Inca.  
(CONTINUA NA PÁGINA 20)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Após muito bafafá a comerciante da locadora de mulher vira evangélica e desiste do negócio.





 01/04/2011 - 07h01

Após polêmica, prefeitura nega alvará e impede abertura de "locadora de mulheres" na Paraíba

Valéria Sinésio
Especial para o UOL Notícias
Em João Pessoa


O anúncio da abertura de um bar onde funcionaria uma "locadora de mulheres", no município de Cajazeiras (480 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba) foi alvo de muita polêmica e o projeto acabou abortado por falta de alvará da prefeitura. Com o repúdio de políticos, religiosos e parte de população, a prefeitura de Cajazeiras decidiu negar o pedido do alvará.
Contrariada, a dona do bar, a empresária Carla Simone Braga, que se chamaria "Brega e Chik", desistiu da ideia e agora se diz alvo de preconceito.
A inauguração da locadora estava marcada para a última sexta-feira (25), mas foi adiada por duas vezes devido à falta do alvará de funcionamento. Segundo Carla Simone, os clientes do bar receberiam, junto com o cardápio, um catálogo com nomes, perfis e telefones de mulheres. Com a repercussão, a proprietária trocou o nome "locadora de mulher" por "garotas vips", mas não adiantou. A polêmica foi assunto nas missas, nos cultos, na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa do Estado.
A proprietária disse que não ofereceria quartos para os clientes. “Eles iriam receber o catálogo para escolher a mulher e depois iriam para um motel. Seria assim, mas infelizmente há muito preconceito na Paraíba”, disse Carla. Inicialmente, a locadora ofereceria mulheres de Pernambuco. “Também há interessadas de outros Estados, como Ceará, mas agora não adianta mais. Está tudo desfeito”, afirmou Carla, que agora se diz evangélica. “Depois dessa polêmica toda, me converti”, revelou.
No início da semana passada, várias famílias procuraram os vereadores da cidade para impedir a abertura da locadora. O vereador Moacir Menezes disse que a Câmara Municipal repudia o empreendimento, “por ferir a honra e dignidade dos cajazeirenses”. Para ele, a locadora seria um estímulo à prostituição e uma brecha para a exploração sexual de adolescentes. “Seria um absurdo. Nossa preocupação é com as famílias, com os cidadãos de bem”, destacou.
O bispo de Cajazeiras, dom José Gonzales, também se posicionou contrário à abertura do bar com a "locadora de mulheres". Apesar da cautela nas palavras, ele disse que “seria um desrespeito à pessoa humana, principalmente à mulher, por ferir a moralidade”. O bispo destacou que “a mulher não é um objeto que pode ser comercializado e merece todo o respeito”.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) solicitou a abertura de um inquérito policial à Polícia Civil para apurar a exploração de prostituição na locadora. “Apesar da legislação brasileira não proibir a autoprostituição voluntária de adultos, a exploração da prostituição em proveito de outras pessoas é considerada ato criminoso, conforme definido nos artigos 227 a 230 do Código Penal brasileiro”, disse o procurador-chefe do MPT, Eduardo Varandas.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, disse que essa não foi a primeira reclamação sobre "locadora de mulher". Em 2005, conforme informações da assessoria, tentaram abrir uma semelhante no Estado do Rio Grande do Norte, que só não se concretizou devido à intervenção do Ministério Público.

A casa é sua...