A quem interessaria a morte de Raymundo Asfora?
Conta a lenda que todos os pássaros se calavam para ouvir o canto do uirapurú
Há exatos 26 anos a Paraíba perdia o seu Vice Governador eleito e nos éramos subtraídos da convivência do "Rei do Nosso Mundo" Raymundo Asfora, nosso pai, aquele 06 de março de 1987, marcaria definitivamente e por completo as nossas vidas: Samara, Gilbran, Omar, Sheyner, Thanner, Kerma e Bergma e modificava também as perspectivas e as conjecturas do tabuleiro político de Campina Grande e da Paraíba nos pleitos vindouros.
Hoje vivemos de lembranças e ensinamentos, mas do ângulo jurídico, ainda rende resultados de perícias mal feitas e conclusões imprecisas no que se refere a pergunta: "o Caso Asfora, foi suicídio ou homicídio?"
A verdade é que a luz do processo, os juristas encontram abrigo para as duas teses, podendo ser em ambos os casos bastante convincentes: eu diria mais... utilizando uma frase do jurista Ronaldo Cunha Lima: "Que o Direito é feito chiclete, para onde você mastigar ele vai".
Diante disto, existe realmente uma grande dúvida que paira no ar.
No próximo dia 21 de março do mês e ano em curso, estarão indo mais uma vez ao banco dos réus o Fotógrafo Marcelo Marques da Silva e Gilvanete Vidal de Negreiros, o primeiro, fotógrafo e amigo de longas datas do meu pai e a segunda, sua ex mulher, porque quando do fato ocorrido, havia de fato uma separação de corpos.
Quando da morte de Raymundo Asfora, meu pai, eu tinha 22 anos de idade e era estudante de Direito, acompanhei de perto tudo: exames, laudos, simulações, exumação, etc, digo mais, diante das dúvidas que persistiram e da exigência da justiça, tivemos o doloroso baque de ter que enterrar e desenterrar nosso pai por três duras oportunidades.
De fato, eu tenho uma tendência a pensar no que realmente houve no dia 06 de março de 1987, na Granja Uirapurú, no entanto, ao longo desses 26 anos da morte do meu pai, sempre tive o cuidado de respeitar o pensamento de cada um, desde o homem simples da multidão que o conhecia, até os integrantes de nossa família. Três irmãs de meu pai, minha irmã Samara e minha avó, Orminda, hoje falecida, elas defendem e defenderam fervorosamente a tese de homicídio no caso Asfora.
Mesmo hoje, após tantos anos de sua morte, não haverei de posicionar-me em relação ao que houve, se Homicídio ou Suicídio. Apenas tomei a decisão de vir a público e perante a sociedade campinense, acompanhando o sofrimento que se arrasta durante a vida toda dos meus irmãos Sheyner, Thanner, Kerma e Bergma, baseado no volumoso processo do caso Asfora e sem encontrar provas suficientes para incriminá-la, ainda sem ter havido fatos novos para tanto, peço a sociedade representada pelo Tribunal do Júri de Campina Grande, a absorvição de Gilvanete Vidal de Negreiros, na mesma oportunidade e pelos mesmos motivos alegados, venho pedir a absorvição de Marcelo Marques da Silva, pois, não encontrei um porquê para tal atitude, vi sim que ele sofreu e só perdeu com o passamento de Raymundo Asfora.
Dito isto, encerro as minhas palavras dizendo que com a ausência do uirapurú paraibano, milhares de nordestinos perderam sua voz e emudeceram-se nos seus gritos de esperança!
Dito isto, encerro as minhas palavras dizendo que com a ausência do uirapurú paraibano, milhares de nordestinos perderam sua voz e emudeceram-se nos seus gritos de esperança!
"O Nordeste está gritando pela minha voz, são tantos os seus clamores que até o meu silêncio se encherá de vozes" Raymundo Asfora. Pronunciamento na Câmara Federal.
Fonte:
GilbranAsfora.com - O Blog de Gilbran Asfora: A quem interessaria a morte de Raymundo Asfora?:
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