Tempo, tempo, tempo, tempo...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Devaneios... será?

Manhã fria... Estava lendo o jornal local e pensando na situação na qual se encontram famílias, não só do meu estado, como de todo o país que estão sofrendo os reveses da vida, hoje, representados pelos fenômenos naturais e sociais. Pessoas estão sem ter um local para morar devido às chuvas/enchentes... Mas, será que o problema é climático mesmo ou será que é de cunho político?

Num sentido político eleitoreiro, poderíamos dizer que o político eleito por um contingente da população é responsável por este e, ainda mais, se usarmos a frase célebre de Antoine de Saint-Exupéry que, na obra O Pequeno Príncipe, em uma das partes mais bonitas de seu diálogo com a Raposa diz:
“_ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
_ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... _repetiu ele, para não se esquecer.
_ Os homens esqueceram essa verdade _ disse ainda a raposa. _ Mas tu não a deves esquecer. “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

Mas, o que tem esta citação do autor a ver com a situação das enchentes, dos políticos, dos votos? Eu não vou dar a resposta agora, fica pra você refletir e fazer a relação.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

José - Carlos Drummond de Andrade



E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,

está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?

Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,

se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...

Mas você não morre,

você é duro, José!

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde? 
  

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Para que greve?

Na área da educação no cenário municipal temos sinais de cansaço e desgaste. Aos que não gostam de política, escuto assim: Mas, para que greve??? E eu, penso, logo cogito!!!
Que pergunta tola! Se pensamos ou estamos em greve é porque as coisas não estão funcionando bem, ou melhor, a Educação não está funcionando mesmo.
Mas, concordo em parte com você, pois infelizmente "estamos em greve" e não como deveria, fazendo greve, pois é sabido que as pessoas aproveitam desse período para pegar um bronzeado no litoral, quando deveriam como grevistas lutarem acirradamente por seus direitos constitucionais.
... estamos em greve porque o senhor político não cumpre com suas promessas, ao contrário farta-se às nossas custas e não está nem aí para as condições de ensino aqui e agora; estamos em greve porque não se vive em um país capitalista de brisa e utopia; estamos em greve para chamar a atenção dos ingênuos eleitores, para que pelo amor de Deus, nas próximas eleições "VOTEM CERTO, NÃO SUSTENTEM PARASITAS"; greve porque precisamos da educação; greve porque é a última arma que temos para afrontarmos o sistema.
Porém, enquanto existirem maus gorvenantes e crédulos governados, enquanto a nação não sentir vergonha de ser ignorante e passiva, a greve será necessária, pois o que resta à minoria é gritar: "estamos em greve porque não se aguenta mais ficar de braços cruzados à espera de que o gestor vire gente, cumpra com seus compromissos e haja com dignidade, desempenhando o papel de governante e não de tirano.
O problema na educação não é somente dos professores e estudantes, mas sim de toda a nação. E nada vai mudar enquanto ela não se conscientizar de que o nosso país está enfermo, prestes a morrer. Morrer de fome, de ignorância, de vergonha, justamente por causa dos políticos que ela mesma elegeu, então devemos aplaudir o Congresso Brasileiro e como mortos-vivos "viver" uma sobre-vida.

Adenize de Oliveira Chagas

OBS.: Este texto foi elaborado em 1999 para aula de filosofia... Vejo que depois de tantos anos, ainda nada mudou...

Led Zeppelin - Stairway To Heaven_Live(Tradução) - OFFICIAL




Hoje estou me sentindo assim...

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Analfabeto Político

"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
Nada é impossível de Mudar
"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar."
Privatizado
"Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence."

...

domingo, 16 de agosto de 2009

" No fundo da alma de qualquer povo dormem, ignoradas, forças infinitas. Quem as souber despertar, moverá montanhas." (Gustavo Barroso)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenhonão me impeça de ver o que anseioque a morte de tudo em que acreditonão me tape os ouvidos e a bocapois metade de mim é o que eu gritoa outra metade é silêncioQue a música que ouço ao longeseja linda ainda que tristezaque a mulher que amo seja pra sempre amadamesmo que distantepois metade de mim é partidaa outra metade é saudadeQue as palavras que falonão sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervorapenas respeitadas como a única coisaque resta a um homem inundado de sentimentospois metade de mim é o que ouçoa outra metade é o que caloQue a minha vontade de ir emborase transforme na calma e paz que mereçoque a tensão que me corrói por dentroseja um dia recompensadaporque metade de mim é o que pensoa outra metade um vulcãoQue o medo da solidão se afastee o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportávelque o espelho reflita meu rosto num doce sorrisoque me lembro ter dado na infânciapois metade de mim é a lembrança do que fuia outra metade não sei.Que não seja preciso mais do que uma simples alegriapra me fazer aquietar o espíritoe que o seu silêncio me fale cada vez maispois metade de mim é abrigoa outra metade é cansaçoQue a arte me aponte uma respostamesmo que ela mesma não saibae que ninguém a tente complicarpois é preciso simplicidade pra fazê-la florescerpois metade de mim é platéiaa outra metade é cançãoQue a minha loucura seja perdoadapois metade de mim é amore a outra metade também

Ensaio do Hip Hop de crianças da PROAMEV em março de 2009

estes são os meninos da oficina de Hip Hop da ONG Proamev. As oficinas acontecem todos os sábados ás 9hs da manhã.

Ensaio do hip hop da Proamev

A casa é sua...